MP arquiva inquérito da PM sobre morte em abordagem de Kelvin e Wender
Caso deixa Justiça Militar e a investigação segue somente na Justiça Comum
A morte de dois jovens durante uma abordagem policial em Londrina ainda está sendo investigada, mas agora o caso deixa a esfera militar e passa a ser tratado pela Justiça comum.
A 11ª Promotoria de Justiça de Londrina arquivou o inquérito militar que apurava a morte de Kelvin Vieira dos Santos, de 16 anos, e Wender Natan da Costa Bueno, de 20. Eles morreram durante uma ação da Polícia Militar no Jardim Santiago, zona oeste da cidade, no dia 15 de fevereiro de 2025.
A versão apresentada pela PM é de que houve confronto, mas as circunstâncias das mortes ainda geram dúvidas .
Desde o início, o caso vinha sendo investigado de duas formas: Uma pela PM de Maringá, que conduziu um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar se os policiais envolvidos cometeram alguma infração disciplinar ou crime militar. A outra pela Polícia Civil, que abriu um Inquérito Policial (IP) voltado à investigação criminal, buscando apurar se houve um homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar.
Agora, o Ministério Público determinou o arquivamento do IPM. Isso quer dizer que a Justiça Militar não vai mais julgar o caso. Em vez disso, todo o material coletado pela PM será repassado para a Delegacia de Homicídios, onde a investigação continuará.
Essa ação é comum em casos que envolvem morte de civis por policiais militares. Quando há indícios de que o crime pode ter sido doloso (intencional), a Justiça Militar perde a competência, e o caso vai para o Tribunal do Júri, na Justiça Comum.
De acordo com advogado dos policiais, Eduardo Mileo, essa ação é comum e aponta que a PC segue realizando diligências para fechar o relatório final.
Já a advogada de defesa das famílias, Iassodara Ribeiro, também entende que esse é processo normal.
A investigação segue com a Polícia Civil, que deve reunir provas e depoimentos para esclarecer o que de fato aconteceu naquela noite. Se houver elementos suficientes, o Ministério Público poderá denunciar os policiais envolvidos, e o caso será julgado por um júri popular.